Eu e o skate

     Há mais ou menos dois anos e meio eu trabalhava em uma skateshop em Ponta Grossa. Passava os dias rodeada por artigos relacionados à skate e atendendo skatistas, e como se não bastasse, meu colega de trabalho era um skatista da década de 80 e 90, ainda na ativa. Passávamos horas conversando sobre tudo, mas eu escutava muitas histórias de como era a cena skatista na cidade nessa época. Eu já gostava de skate muito antes disso, desde que meu irmão ganhou um do meu pai em 1999 (eu tinha 8 aninhos). 

     O skate era dele, mas nós brincávamos como se fosse dos dois. Minha mãe levava a gente em um banks no centro, e ficávamos em cima do skate pegando impulso entre as bordas, de levinho, só curtindo o movimento. Descíamos a rampa da garagem da minha casa sentados em cima dele, os dois de uma só vez, milhares de vezes por dia. Com o tempo tomamos coragem e descíamos em pé, e competíamos pra ver quem ficava mais tempo em cima do skate sem cair. Mas o tempo passou e a gente se desinteressou, e me arrependo até hoje disso.

Olha eu mandando um ollie!

     Essa "carga histórica" mais o ambiente em que eu trabalhava me deu mais vontade de aprender a andar. O colega de trabalho passou a ser amigo, e me incentivava a tentar. Um dia um skatista que entrou na loja me chamou a atenção, e eu a dele. Semanas depois a gente tava namorando, e eu ganhei mais um aliado na luta pelo domínio do carrinho. Comprei um skate e passei a ir na pista com meu namorado; ele me ajudava a entender a física da coisa, e eu fui ficando cada vez melhor, até dar meu primeiro ollie e quase morrer de alegria.

     O fato é que tudo isso me fez criar um carinho muito grande pelo esporte. Conheci muita gente, fiz muitas amizades, conheci bandas muito boas (skatista tem mania de ter gosto musical bom), enfim, criei um vínculo afetivo enorme. Descobri que skate é muito mais que um esporte; é afinidade, é amizade, é força de vontade, é amor!